Por Eduardo Laguna | De São Paulo
Werner Roger, sócio da Victoire: "A Marcopolo já caiu mais de 40% em um ano. Será que uma empresa pode valer 40% menos só por questões de curto prazo?"
A crise da indústria de veículos no país, com declínio nas vendas, paralisações de fábricas, avanço dos estoques e cortes de empregos nas montadoras, está gerando uma forte desvalorização nos ativos ligados a esse negócio. O choque mais perceptível são as perdas bilionárias no valor de mercado das fabricantes de autopeças, implementos rodoviários e carrocerias com ações negociadas em bolsa.
Somadas, Marcopolo, Randon, Mahle Metal Leve, Iochpe-Maxion e Autometal - só para ficar nas cinco maiores desse setor na Bovespa - valem hoje R$ 4,7 bilhões a menos do que valiam um ano atrás. Nos últimos doze meses, quando o consumo de veículos no país inverteu a trajetória de alta dos nove anos anteriores, os papéis dessas empresas acumularam desvalorização na faixa de 6,6% a 41,5% - a maioria delas com desempenho bem pior do que o mostrado pelo Ibovespa, principal índice de ações da Bovespa, que teve queda de 6,2% no período.
Na fase de bonança dessa indústria, a Marcopolo era uma das preferidas das corretoras entre as opções de investimento no setor de bens de capital, mas agora a empresa é quem mais perde. Em um ano, o valor de mercado da encarroçadora de ônibus caiu de R$ 5,9 bilhões para R$ 3,6 bilhões - ou seja, R$ 2,3 bilhões a menos (veja gráfico).
Levantamento feito pelo Valor Data mostra, porém, que a Marcopolo não está sozinha. No período de 12 meses analisado, o grupo Randon - que atua na fabricação de produtos diversos que vão desde pastilhas de freio e sistemas de suspensão a implementos rodoviários e caminhões fora de estrada - perdeu R$ 1 bilhão, enquanto a fabricante de peças de motor Mahle Metal Leve caiu o equivalente a R$ 690 milhões. Para completar, a Iochpe-Maxion, de rodas e chassis, e a Autometal amargaram desvalorização de R$ 378 milhões e R$ 315 milhões, respectivamente.
Ao se olhar para o desempenho dos papéis dessas companhias somente neste ano, quando a queda nas vendas de veículos, agravada por menores exportações à Argentina, bateu forte na produção das montadoras, a Autometal é a única que se mantém no azul, favorecida pela oferta pública lançada por seus controladores para fechar o capital da empresa. Na ponta oposta da tabela, a desvalorização nas ações da Randon já passa de 31%, enquanto os papéis da Iochpe têm queda de 26,4%, os da Marcopolo, 23,4%, e os da Mahle, 14,2%.
É evidente que parte do tombo se deve a fatores que prejudicaram o desempenho de quase todas as ações, como as incertezas sobre os rumos da economia doméstica, a fraca atividade industrial e a acomodação no consumo das famílias. Contudo, há consenso entre analistas de que o maior estrago veio do comprometimento de fundamentos setoriais.
No início do mês, o Credit-Suisse cortou o preço-alvo das ações de quatro empresas do setor - Iochpe, Mahle, Marcopolo e Randon -, após reduzir em 20%, na média, a estimativa de lucro dessas companhias e ajustar, para pior, a perspectiva de queda na produção de veículos neste ano. Para o banco, medidas de incentivo do governo devem ter efeito apenas limitado diante de um setor abalado por queda nas exportações à Argentina, estoques nas alturas e fraca atividade econômica no país. Assim, a expectativa é de queda de 6% na produção de carros de passeio e de 16% na atividade das fábricas de caminhões em 2014.
Apesar disso, após todos os descontos já dados pelo mercado a esses papéis, o momento pode ser bom para comprá-los. Nunca é fácil antever quando um setor chegará ao fundo do poço, mas as ações dos fabricantes de autopeças caíram a um patamar que potencialmente permitirá valorização de até dois dígitos quando a turbulência passar e os investidores voltarem a "surfar" nos bons fundamentos do mercado, como a demanda gerada pelas montadoras que chegam ao país.
O mais prudente, porém, é aguardar junho ou julho, quando, espera-se, o setor já terá superado a fase mais crítica da crise e o impacto das paradas de produção nas montadoras já estará exposto publicamente nos balanços financeiros do segundo trimestre. O Credit-Suisse vê potencial de valorização próximo de 60% em papéis da Iochpe-Maxion e da Randon. Já as projeções da BB Investimentos apontam para alta de 76% nos papéis da Randon, de mais de 49% na Marcopolo e de 58% da Iochpe.
"Esses papéis já passaram por forte correção e agora apresentam upside [potencial de valorização] superior a 50%. O momento da indústria, por outro lado, não é positivo. É a velha história, quem quer segurar a faca quando ela está caindo?", afirma Bruno Savaris, analista do Credit Suisse.
Werner Roger, sócio da gestora Victoire Brasil Investimentos, concorda que daqui a dois anos as ações dos fabricantes de autopeças podem valer mais do que as cotações de 2012, quando o mercado ainda estava em alta. "A Marcopolo já caiu mais de 40% em um ano. Será que uma empresa pode valer 40% menos só por questões de curto prazo?", questiona o executivo.
DIRIGÍVEL PARA TRANSPORTE DE CARGAS
23 Maio 2014
Redação
Um dirigível voltado para o transporte de cargas foi a novidade que agitou a 2ª TranspoAmazônia (Feira e Congresso Internacional de Transporte e Logística), que terminou na sexta-feira (23/05), em Manaus. Trata-se do modelo dirigível ADB-3-30, apresentado pela Airship do Brasil Indústria Aeronáutica. O ADB-3-30 tem capacidade para transportar de 30 a 52 toneladas e pode voar com uma velocidade de cruzeiro de 125 km/h a cerca de 1.200 pés (400 metros). A empresa não informou o valor total que está sendo investido no desenvolvimento, mas há um financiamento de R$ 110 milhões do Banco Nacional Econômico e Social (BNDES de Desenvolvimento). A proposta é usar esse meio de transporte para levar cargas entre diferentes Estados brasileiros e também ao interior da região amazônica.
Até o final de 2015 ou início de 2016, deve ficar pronta a primeira unidade. A expectativa é de que o processo de homologação ocorra dois anos depois, em 2017. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) está acompanhando o desenvolvimento, o que deve dar mais agilidade aos trâmites necessários
A vantagem do dirigível é aumentar o volume das cargas transportadas, desde que seja mantido o peso máximo permitido. O dirigível é movido a óleo diesel e no seu interior há gás hélio.
São quatro motores a diesel e um motor elétrico. Nesse primeiro modelo, está sendo pensada uma operação entre Manaus e Goiânia em 23 horas de viagem. A tripulação terá três pessoas: dois pilotos e um mestre de cargas. Quando o dirigível chegar ao local de destino, também será necessário haver pessoas em terra para oferecer apoio, ajudando na aterrissagem e na retirada das cargas.
Conforme explicou Marcelo Felippes, diretor de relações estratégicas e institucionais da Airship do Brasil, a novidade não é um meio para se transportar grãos ou carvão mineral, mas para levar produtos de alto valor agregado de um lugar a outro.
Outra vantagem apresentada pelo diretor de relações da Airship, é que o dirigível não precisa de pista de pouso. Também poderá ser útil para o transporte de cargas em áreas isoladas.
DECK (PORÃO) DE NAVIO RO-RO
Governo inaugura novo Terminal Hidroviário de Belém
Expectativa é que a nova estrutura atenda cerca de 60 mil pessoas por mês
Foi inaugurado na última sexta-feira (23) o novo Terminal Hidroviário do Porto de Belém “Luiz Rebelo Neto”. Instalado no galpão 9 da CDP (Companhia Docas do Pará), o terminal dará incremento ao principal modal hidroviário de entrada e saída da capital paraense. A expectativa é que a nova estrutura, construída pelo Governo do Pará com recursos que ultrapassam os R$ 19 milhões, atenda cerca de 60 mil pessoas por mês.
Avaliado pela Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) como um dos terminais hidroviários mais modernos do Brasil, o empreendimento ocupa uma área construída total de 4,8 mil metros quadrados, dividida em dois pavimentos. No térreo funcionará o terminal propriamente dito, com os guichês de passagem, salas de embarque e desembarque, lojas de conveniência, farmácias, praça de alimentação, duas lanchonetes e dois flutuantes com rampas articuladas – um para o embarque e outro para o desembarque de passageiros –, além de polícia turística e posto do centro de atendimento ao turista.
Os recursos foram viabilizados pelo Tesouro Estadual, que ainda injetou um aporte de mais R$ 2 milhões nas obras físicas. Por se tratar de um prédio centenário, outros ajustes estruturais precisaram ser feitos ao longo dos doze meses de obra, entre eles, a construção de duas Estações de Tratamento de Esgoto. O restante foi viabilizado pelo governo estadual, a partir de uma operação de crédito junto ao BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), no valor de R$ 15 milhões, totalizando um investimento global de R$ 19 milhões.
Guia Marítimo
Sondagem interdita parcialmente tráfego de embarcações no canal do Porto
Da Redação
A sondagem que irá verificar a qualidade do solo no canal de navegação do Porto de Santos – necessária para a construção do túnel submerso que ligará as cidades de Santos e Guarujá – vai forçar interdições parciais no tráfego de embarcações no trecho próximo ao Cais da Marinha, sede da Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP). Uma dessas interrupções acontecerá nesta terça-feira, da meia-noite ao meio-dia. O serviço será executado até o próximo sábado, em horários divulgados através do serviço Aviso aos Navegantes, da Marinha.Apesar de a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp, a Administração Portuária) e a Secretaria de Portos (SEP) ainda não terem aprovado o projeto do túnel, a Dersa, responsável pelo empreendimento, iniciou terça-feira os trabalhos de sondagem. Eles são feitos por um consórcio projetista e consistem na verificação das condições do solo nas profundidades em que serão instalados os módulos do túnel.De acordo com Estanislau Marcka, coordenador do projeto da ligação submersa, as sondagens integram os levantamentos necessários para verificar as características do subsolo no canal de navegação.Duas embarcações são utilizadas no trabalho. Delas, saem equipamentos que vão perfurar o solo até 50 metros de profundidade. Em seguida, serão coletadas amostras dos sedimentos dessas regiões, que serão encaminhadas para análise. Para Marcka, os serviços são uma espécie de “biópsia”, já que sedimentos são retirados para serem estudados.O coordenador afirmou que amostras preliminares já foram feitas e eliminaram as possibilidades de haver rochas submersas no trecho onde será construído o túnel. “Essa sondagem vai nos dar indicações precisas de detalhes do subsolo. Mas nada que aumente o custo ou o prazo para a execução da obra”, explicou o coordenador da Dersa.Outras datasAs sondagens ainda vão acontecer na quarta-feira e no sábado. Nesses dias, o canal de navegação será parcialmente interrompido da zero hora até o meio-dia. Embarcações de pequeno porte, como rebocadores, poderão trafegar normalmente. A passagem de embarcações com destino aos terminais da Ponta da Praia (região que fica antes do Cais da Marinha) não será interrompida.Para garantir a segurança da navegação no canal e dos trabalhos de sondagem, a Capitania dos Portos emitiu um Aviso aos Navegantes, indicando os períodos de interdição. Segundo o capitão-de-mar-e-guerra Ricardo Fernandes Gomes, comandante da CPSP, os novos horários de bloqueio foram definidos em períodos de maré baixa.O motivo é que, nessas horas, há um menor volume de chegadas e partidas de navios no Porto. Tudo foi definido entre representantes da Dersa, da Capitania, da Codesp e da Praticagem de São Paulo.“Recebemos o pleito apresentado pela Dersa para sondagens a serem realizadas no local indicado pelo projeto para a construção do túnel e vamos coordenar as interdições. A Marinha não será um óbice para o andamento do projeto”, destacou o comandante da CPSP.OuteirinhosConforme o projeto do túnel, a obra passará sobre um trecho do novo Cais de Outeirinhos que ainda não foi inaugurado. Por conta do traçado, 40 metros do empreendimento precisarão ser destruídos.Esta adequação do novo cais e os transtornos que serão causados aos tráfegos ferroviário, rodoviário e aquaviário, durante as obras, fizeram com que a Codesp indicasse outras propostas de traçado. No entanto, segundo a Dersa, elas são inviáveis.A Docas ainda aponta uma outra alternativa, aprovada pelo Conselho de Autoridade Portuária (CAP) de Santos para o empreendimento. Nela, o túnel teria início no Cais do Saboó e passaria ao lado da Ilha Barnabé, até chegar na Rodovia Cônego Domênico Rangoni, em Guarujá.
Prezados clientes e colaboradores,
A Seção de Procedimentos Especiais Aduaneiros (SAPEA), que integra os Grupos vinculados aos Serviços e às Seções da Alfândega da Receita Federal do Brasil, está fiscalizando o peso líquido dos itens mencionados nas DIs. De acordo com o Regulamento Aduaneiro, Decreto 6759/2009, nos seus ARTIGOS 711, INC. III, e ART. 728, para registrarmos a DI, devemos mencionar o peso líquido de todo e qualquer item. Neste caso a orientação é para que seja feito o rateio correto conforme mencionado no paking list, evitando dividir o peso liquido de forma igual para todos os itens da adição na DI.
Para evitar multas e problemas com a fiscalização, solicitem a seus fornecedores para que nos próximos pedidos elaborem um Packing List detalhado, informando peso líquido de cada item e peso bruto do volume (caixa de madeira, caixa de papelão, pallet, amarrado, etc.).
Vejam exemplo abaixo:
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PACKING LIST |
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Nº CAIXA |
QUANTIDADE |
DESCRIÇÃO DO PRODUTO |
PESO LIQUIDO |
1 |
10 |
parafuso, ref. |
0,650 |
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10 |
porca, ref. |
0,300 |
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1 |
conector, ref. |
0,120 |
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PESO LIQUIDO DA CAIXA |
1,070 |
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PESO BRUTO DA CAIXA |
3,800 |
2 |
50 |
painel, ref. |
3,500 |
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25 |
suporte do painel, ref. |
2,650 |
TOTAL |
98 |
PESO LIQUIDO DA CAIXA |
6,150 |
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PESO BRUTO DA CAIXA |
6,300 |
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PESO LIQUIDO TOTAL |
7,220 |
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PESO BRUTO TOTAL |
10,100 |
Para melhor entendimento, abaixo segue as atribuições da SAPEA de acordo com a PORTARIA Nº 131, DE 4 DE MAIO DE 2007: Art. 19. A Sapea tem a seguinte estrutura: I- Equipe de Gerenciamento de Risco (Eqger); II- Equipe de Procedimentos Especiais Aduaneiros (Eqpea). Art. 20. À Eqger compete: I- coordenar e orientar as atividades de prevenção e combate às fraudes em matéria aduaneira; II- identificar, verificar e avaliar risco quanto a empresas e pessoas que participem de atividades aduaneiras, bem como de suas transações; III- propor e avaliar técnicas ou procedimentos de conferência aduaneira e de apuração de fraudes; IV - efetuar diligências e perícias no interesse da fiscalização ou para atendimento de exigência de instrução processual; V - interagir com todos os setores envolvidos com despacho aduaneiro de importação, exportação e de trânsito aduaneiro, no que tange ao gerenciamento de risco na unidade. Art. 21. À Eqpea compete: I- proceder à análise documental, à conferência das mercadorias e ao desembaraço aduaneiro das declarações de importação parametrizadas no canal cinza; II- realizar procedimento especial de controle aduaneiro para verificar elementos indiciários de fraude nos despachos aduaneiros parametrizados no canal cinza; III- estabelecer valores para exigência de garantias; IV- executar procedimentos especiais de fiscalização quando expressamente determinado pela Chefia da Sapea; V - no âmbito de suas atividades, proceder a retenção de mercadorias quando detectado indícios de prática que possa configurar Fraude em matéria aduaneira.
Prezados clientes e colaboradores,
É com grande satisfação que informamos o sucesso na integração do nosso sistema próprio MyIndaiá ao Siscomex Web Importação.
Registramos nossa primeira DI com sucesso! Essa ação é importante para nós e nossos clientes, pois estamos preparados para as mudanças que o Decreto nº 8.229 de 22 de Abril de 2014 (anexo) traz para as operações de importação e exportação.
O Decreto nº 8.229 que altera o Decreto nº 660, de 25 de setembro de 1992, que institui o Sistema Integrado de Comércio Exterior - SISCOMEX, e dispõe sobre o Portal Único de Comércio Exterior.
O Portal Único de Comércio Exterior será um sistema de tecnologia da informação mediante o qual os operadores e intervenientes do comércio exterior poderão encaminhar documentos ou dados exigidos pelas autoridades competentes para importação, exportação ou trânsito de bens a um único ponto de entrada acessível por meio da internet;
Para entrada em vigor plenamente , o MDIC e o MF deverão ser editar normas complementares.
MPF denuncia quadrilha por tráfico de drogas pelo Porto de Santos
O Ministério Público Federal (MPF) em Santos denunciou seis pessoas por tráfico internacional de drogas e associação para o crime. A ação é decorrente da chamada Operação Monte Pollino, deflagrada em março para desfazer uma quadrilha que exportava cocaína pelo Porto de Santos para a Europa. Os mandados de prisão e de busca foram cumpridos no Brasil e em oito países simultaneamente. Ao todo, 12 pessoas foram detidas.
Em um ano, policiais apreenderam 1,3 tonelada da droga negociada pelo grupo. As investigações tiveram início em fevereiro do ano passado, quando a Justiça italiana emitiu comunicado às autoridades brasileiras sobre a atuação do bando. A partir de então, foi formalizada a colaboração entre as polícias e os Ministérios Públicos dos dois países, garantindo a confirmação, inicialmente, da existência da organização criminosa, que adquiria cocaína principalmente de produtores no Peru, transportava o entorpecente até o complexo santista e remetia-o em navios de carga ao continente europeu, sobretudo à Itália.
O material era enviado, sobretudo, por meio de contêineres. Com a ajuda de funcionários dos portos, a quadrilha descobria quais embarcações estavam a caminho da Europa, camuflava a cocaína em bolsas de viagem e providenciava o envio junto com as mercadorias regularmente transportadas. No destino da droga, outros criminosos, ligados aos compradores, apenas recolhiam as bolsas nos contêineres e concluíam a operação.
Organograma
As diligências mostraram que as tarefas eram coordenadas e executadas conforme funções estabelecidas a cada integrante do grupo. Dois deles exerciam a liderança, atuando na gestão operacional. Eles recrutavam os membros, distribuíam incumbências, controlavam seu cumprimento e contabilizavam os lucros.
Duas mulheres eram encarregadas do financiamento das ações. Uma em auxílio à outra, elas recebiam os pagamentos feitos por compradores da cocaína na Europa, acionavam comparsas e financiavam diretamente o envio da droga para o exterior. Os valores entravam no Brasil em dólar, sem qualquer controle do Banco Central. Há indícios de que a autora dessas movimentações estava ligada também a outros esquemas bilionários de remessa ilegal de moeda estrangeira.
O segundo escalão da organização era composto por pessoas que, embora responsáveis pela execução das tarefas, tinham a confiança e o respeito dos líderes e eram consultados em diversas ocasiões sobre as decisões a serem tomadas. Faziam parte deste subgrupo a mulher de um dos chefes do bando e um homem identificado como auxiliar direto dele.
Os denunciados integram uma ampla rede criminosa, com ramificações em diversos países e ligações com a máfia italiana Ndrangheta, que opera na região da Calábria. Há pelo menos outras 14 pessoas relacionadas à prática dos delitos que, no entanto, serão alvo de denúncias autônomas e específicas. Entre elas, estão compradores da droga na Europa.
Calado do Porto de Santos é elevado para 12,7 metros
De A Tribuna On-line
A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) estabeleceu nesta terça-feira, o novo calado operacional a ser praticado no Porto de Santos em 12,7 metros ao zero DHN para os trechos 1, 2 e 3. O trecho 4 permanece com calado operacional em 11,2 no zero DHN.
O calado foi autorizado pela Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP), a partir de batimetria realizada em março último. A Docas efetuou obra de dragagem emergencial em fevereiro em pontos críticos do Trecho 1, utilizando uma sobra de contrato existente à época.
Em 21 de janeiro, o calado operacional desse trecho foi reduzido de 13,2 metros para 12,3 metros no zero DHN, após identificação de pontos de assoreamento intenso no Trecho 1. Em função da alteração no calado do Trecho 1, os trechos 2 e 3 também tiveram suas profundidades reduzidas.
Nos meses de março e abril foram efetuadas novas intervenções em toda a extensão dos trechos 1 e 4. As batimetrias já foram protocoladas no Centro de Hidrografia da Marinha (CHM) que, após avaliação, encaminhará a proposta para homologação da Autoridade Marítima.
A expectativa da SEP e da Codesp é de que o calado operacional dos trechos 1,2 e 3 seja restabelecido em 13,2 metros no zero DHN a partir dessa nova batimetria, mesmo patamar em que se encontrava em janeiro.
Porto de Suape realiza primeira operação para Entreposto Manaus
Expectativa é receber 250 contêineres/mês com diversos tipos de mercadorias para suprir NE.
O Porto de Suape realizou sua primeira operação para o EZFM (Entreposto da Zona Franca de Manaus) em Pernambuco que é o primeiro no Nordeste e o terceiro em operação no Brasil. A mercadoria será distribuída em toda a Região Nordeste que deve movimentar 250 contêineres a mais por mês. A média atual é de 21,5 mil contêineres a cada 30 dias. Em 2013, o Porto de Suape movimentou 395.636 Teus.
O transporte de cargas da Zona Franca de Manaus para Suape e o estoque no EZFM em Ipojuca, sem cobrança imediata de ICMS, permitirão que a oferta de produtos aos consumidores nordestinos ocorra de forma mais rápida. Estimativas da Secretaria da Fazenda do Amazonas apontam redução de tempo de duas semanas para dois dias. As mercadorias poderão ser estocadas no entreposto de Ipojuca, cuja área de 55 mil metros quadrados contempla 26 mil metros quadrados só de armazém, com capacidade máxima de 37 mil posições de pallets, além de 92 docas para recepção e expedição de cargas.
Para o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco e presidente do Complexo Industrial Portuário de Suape, Márcio Stefanni Monteiro, o EZFM no Estado é estratégico porque Suape fica a um raio de 800 quilômetros de sete capitais nordestinas, que compreendem 90% do PIB.
Guia Marítimo
Agências criticam quedas de energia no Porto de Santos
Da Redação
Interrupções no fornecimento de energia elétrica para o Porto de Santos têm prejudicado atracações e operações de navios. A queixa já é recorrente e o Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo (Sindamar) pede uma alternativa para evitar novos apagões no cais santista.
Hoje, dos 23 megawatts (MW) consumidos pelo Porto, 15 MW (mais de 65%) vêm da Usina de Itatinga, de propriedade da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp, a Autoridade Portuária). Os 8 MW (quase 35%) restantes chegam por circuitos em paralelo que interligam o sistema do complexo com o de concessionárias de energia elétrica.
Devido à ligação entre as redes, quando um sistema cai, o outro entre em operação automaticamente. Na Margem Direita (Santos), a compensação é feita pela CPFL. Já na Margem Esquerda (Guarujá), as redes são segregadas e os terminais recebem energia de três fontes: da usina e das concessionárias Elektro e CPFL.
No entanto, instalações portuárias se queixam da instabilidade da eletricidade no cais santista. Problemas com o fornecimento de energia elétrica de Itatinga já ocorrem há algum tempo. Mesmo assim, as interrupções são frequentes e têm dificultado as operações.
Na última sexta-feira, foram, pelo menos, dois apagões no cais santista. Em um deles, pela manhã, alguns procedimentos da Docas precisaram ser feitos manualmente. Um deles foi a liberação de atracações.
Segundo apurado por A Tribuna, o setor de faturamento da Codesp executou os cálculos para liberação das atracações programadas para as 13 horas de forma manual. A medida foi tomada para evitar que o Porto ficasse cerca de seis horas sem a entrada de embarcações.
Os navios programados para as 19 horas foram alertados sobre os problemas com o fornecimento de energia elétrica no cais santista. Isto porque as programações de atracação ficaram horas atrasadas, de acordo com agentes marítimos.
“A Codesp deveria ter uma alternativa, como um gerador de energia. O que não dá é pra ficar sem o fornecimento. E se um dia, a interrupção for de 24 horas? O Porto de Santos vai ficar parado?”, questionou o diretor-executivo do Sindamar, José Roque.
Para o dirigente, os atrasos decorrentes da falta de energia elétrica no Porto afetam diretamente a competitividade do complexo. “Competitividade começa pelo básico, pelo atendimento ao usuário. Contamos com a proatividade dos funcionários da Codesp, mas a Autoridade Portuária precisa estar preparada para atender às demandas operacionais”, destacou Roque.
A Docas foi questionada sobre a questão, mas afirmou que não iria se pronunciar.